Lula não quer “Lula livre”

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Lula se comporta como o maior traidor do próprio fã clube de fanáticos. Ele os quer tocando samba enquanto dança valsa. Quando condenado, relutou para não ser preso. Agora, com direito ao semiaberto, recusa-se a ser solto.

Ah, mas trata-se de estratégia política! Na verdade, grande sacada populista. Se conseguir provar que Sérgio Moro e Deltan Dallagnol são imorais, Lula sairá como herói e, mais vítima do que nunca, arrebanhará milhões de novos adeptos e velhos “coxinhas” arrependidos. Há só um problema: como provar os “crimes” de Moro e Dallagnol? Seria essa a condição para ele aceitar sair da cadeia? Talvez nunca saia.

Não é a primeira vez que Lula ergue a bandeira da mentira para fincá-la no território da verdade. É preciso dizer que os planos do ex-presidente, vistos sob quaisquer máscara, são meramente políticos. Nada têm a ver com a honra ou dignidade, virtudes que só os fanáticos acreditam que ele ainda tenha em qualquer grau. 
Em um cenário favorável ao petista, ele entraria em cena brandindo inocência, acusaria Moro pelas “injustiças” sofridas, e, de quebra edificaria a candidatura do PT para 2022. 

Por isso Lula recusa-se a ir para o semiaberto quando não poderia. É o que diz a Lei. Mas a Lei nunca foi parâmetro para quem se considera acima dela. Aliás, o direito ao semiaberto foi conquistado por bom comportamento. Será que não vai ser usufruído porque Lula tem “ojeriza” a tornozeleira eletrônica? Não. Ele que sair inocentado. O que seria mais vantajoso politicamente. 

A estratégia é boa para o partido, até por que, ao ser visto como uma espécie de Nelson Mandela, Lula alimenta o desvario dos adeptos. Porém, petista e qualquer cidadão com o mínimo de bom senso sabe que Lula é, de fato, culpado e mesmo diante de casos sérios aproveita da miséria para tirar dividendos eleitorais. A gula é grande, e “Lula livre” é só um detalhe.