Agentes da liberdade

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“Ler deve ser um prazer, não um dever”. O ensinamento é do professor italiano Antonio La Cava. Ele adotou a técnica de navegar no universo da leitura por amor. 
Talvez La Cava seja um gênio, ou simplesmente um entusiasta a repetir o óbvio. Mas sem o despertar entusiástico por adentrar no universo imaginário feito naturalmente pelo cérebro quando lemos, a boa intenção de professores ao passar leitura como “dever”, pode afastar estudantes dessa prática. Ponto para o italiano.

Ora, nosso presente é um divisor de águas. Melhor, a queda de braço entre a leitura e o conteúdo virtual pela oferta de conhecimento. Contudo a importância do texto escrito permanece. O segredo a ser descoberto será a nova estratégia didática (ou não) a formar novos leitores. Agora, mais do que em outro momento da história humana, a leitura perde espaço para as atrações virtuais. Nas telas soluções rápidas para nossas demandas surgem com fluidez. Mas deixam a desejar no senso crítico e perdem de longe para leitura no quesito conexões cerebrais associada com a recepção da linguagem. Segundo a neurociência a leitura é que torna isso possível.

Estudos da Universidade Emory comprovam que ler ativa a parte central do cérebro, responsável pela atividade motora. Um longo período de exposição ao hábito da leitura eleva o volume de matéria branca na área cerebral vinculada à linguagem. Há outros efeitos igualmente benéficos: estímulos cerebrais para diferentes experiências, prazer e fluxo sanguíneo maior no cérebro. 

Conteúdos em vídeo, principalmente se forem em grande quantidade, são apenas informações jogadas em cima de outras informações. Em alguns casos, equivalem, em sua passagem de conhecimento, a uma aula expositiva. O método permite às pessoas absorverem só o que lhes interessa. Então, nesse sentido, todo aprendizado pode aumentar com qualidade quando se busca mais conhecimento sobre o assunto nos livros.

Agente da liberdade, Antonio La Cava criou, desde 2003, uma biblioteca móvel com 700 livros. Ele viaja na “Bibliomotocarro” e, a cada semana, chega a aldeias de difícil acesso na Itália, ao som de música que anuncia sua passagem. Quando ouvem, as crianças correm com entusiasmo até o veículo, que é similar a um caminhão de sorvete.

La Cava ama os livros. Muita gente nesse mundo ama os livros. Esses são agentes da liberdade. Muitas vezes são conhecidos como professores, escritores, poetas, jornalistas, pesquisadores. Todos têm algo em comum: o dom de fazer alguém gostar de ler. Algumas iniciativas de formação de leitores já são notáveis, outras milhares precisam frutificar, pois delas dependerá a formação humanitária e de espírito prático a partir de agora. 
Agentes da liberdade oferecem a oportunidade para que outros seres humanos saiam da ignorância.

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