Poetisa suíça “contra a boçalidade”

Comentarios
Foto: Reprodução

A poetisa suíça Alfonsina Storni (1892-1938) é figura fundamental na arte literária. Radicou-se na Argentina, circulou pelo Brasil, mas nunca traduziram seus livros por aqui. Aos 16 a menina ficou órfã e foi trabalhar como operária numa fábrica de chapéus. Lá conheceu organizações sindicais, movimentos feministas e anarquistas. Em seguida, incentivada pela mãe, ficou em turnê por um ano viajando com uma companhia de teatro, como atriz. Sem suportar o assédio dos homens, retornou à casa da mãe e decidiu tornar-se normalista na escola recém-aberta.

Já professora rural e envolvida afetivamente com um político de Rosário, Alfonsina engravidou. Decidiu assumir sozinha a maternidade e rumou a Buenos Aires, cidade grande na qual poderia ser mãe solteira, com algo menos de dificuldades. Nesse período de formação, estavam dadas as bases da formação intelectual de Alfonsina: as línguas e as leituras que adquirira com a família, a experiência com atriz, a frequentação do mundo proletário e, agora, a solidão da maternidade independente.

Alfonsina conseguiu um emprego de “correspondente psicológica”, algo entre assessoria comercial e de marketing, numa pequena empresa de óleos e azeites, na qual respondia cartas de clientes e os estimulava a comprar mais. 

Eis o início da carreira literária de Alfonsina Storni, que pouco a pouco foi se integrando aos grupos culturais hegemônicos da cidade de Buenos Aires, com o da revista Nosotros, até então apenas composto por homens, nos quais conquistou respeito dos seus pares.  O discurso de falsa humildade do trecho acima foi comum em Alfonsina, que chegou a publicar uma série de aforismos, à maneira de Baudelaire, sob o título Diário de uma ignorante.
Fonte: Revista Cult

#Compartilhar: Facebook Twitter Google+ Linkedin Technorati Digg

0 comentários:

Postar um comentário

Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.