Foto: Reprodução
Já professora rural e envolvida afetivamente com um político de Rosário, Alfonsina engravidou. Decidiu assumir sozinha a maternidade e rumou a Buenos Aires, cidade grande na qual poderia ser mãe solteira, com algo menos de dificuldades. Nesse período de formação, estavam dadas as bases da formação intelectual de Alfonsina: as línguas e as leituras que adquirira com a família, a experiência com atriz, a frequentação do mundo proletário e, agora, a solidão da maternidade independente.
Alfonsina conseguiu um emprego de “correspondente psicológica”, algo entre assessoria comercial e de marketing, numa pequena empresa de óleos e azeites, na qual respondia cartas de clientes e os estimulava a comprar mais.
Eis o início da carreira literária de Alfonsina Storni, que pouco a pouco foi se integrando aos grupos culturais hegemônicos da cidade de Buenos Aires, com o da revista Nosotros, até então apenas composto por homens, nos quais conquistou respeito dos seus pares. O discurso de falsa humildade do trecho acima foi comum em Alfonsina, que chegou a publicar uma série de aforismos, à maneira de Baudelaire, sob o título Diário de uma ignorante.
Fonte: Revista Cult
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