Parasitismo

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O Brasil foi fundado e modelado por aqueles que viviam do trabalho alheio. Quem pegou no batente, ergueu o país. Logo, os primeiros são os verdadeiros parasitas.

Tornou-se cultural uma classe de privilegiados esperar que outra trabalhe duro para lhes suprir as necessidades. Não é privilégio do Brasil. Mundo afora a prática é comum.

No setor público criou-se uma espécie de classe informal, cuja prática é engessar o andamento do serviço, isso se sabe. Mas, sabe-se também de funcionários públicos excelentes que cumprem com os deveres designados e agregam valor às instituições. A fala generalizada do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi, portanto, infeliz.

O argumento de que “o governo está quebrado”, por gastar “90% da receita com salário”, deve servir para o debate da reforma administrativa. Jamais pode ser base para sustentar as investidas de cortes do ministro. 

É preciso, antes de tudo, cobrar produção. Essa prática é justa porque aqueles que desempenham com afinco sua função deixarão de ficar sobrecarregados pela inércia dos espertos. Os mesmos espertos podem ser punidos por considerarem o serviço público como “terreno de ninguém”, onde se pode tudo, inclusive descumprir com as obrigações.
Há casos piores a serem revistos. Aqueles que ocupam posição de destaque, ou o líder, quando se fazem parasitas ou ladrões, autorizam os subordinados a seguirem o exemplo. 

Já aqueles que se esquivam de zelar pelo bem público onde atuam, que não se dedicam por não enxergar o patrimônio público como bem coletivo, também merecem punição. Em geral é o tipo que prefere desperdiçar água, energia, produtos de limpeza e de higiene. Não passa de um corrupto.

Todos têm um ponto em comum. Em virtude da lei do menor esforço, procuram explorar o próximo. Sem esforço próprio passam-se por agentes de uma cultura da perversão e do egoísmo. Essa classe pariu a especialidade da extorsão no setor público, agindo em grupos que se autodenominam superiores. A insensibilidade que lhes é peculiar torna-os indiferentes às misérias que causam ao próximo.

Ao invés de sufocar colegas de trabalho com sobrecarga, enquanto goza imerecido descanso, deveriam unir-se para pensar, criar meios em que todos ganhassem se equivalendo.

Se o homem, tendo todas as condições de desbravar os caminhos que lhe garantirá o que deseja, trilhar o caminho mais fácil, isso o torna parasita e mal acostumado. O parasitismo não escolhe classe, assim como o mau-caratismo, a rapinagem e a corrupção. 

Será intrépido e verdadeiro vitorioso o que permitir-se enfrentar as supostas “dificuldades maiores”, pois a experiência o tornará gigante e não parasita.

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Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.