Cambinda Brasileira comemora 100 anos de tradição

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Josi Marinho

Em janeiro de 1918 surgiu o Maracatu Rural Cambinda Brasileira, no Engenho Cumbe, em Nazaré da Mata. Passados 100 anos, sua herança cultural traduz a própria formação do baque solto e o sincretismo cultural e religioso do folguedo. Atualmente, com 210 componentes, é o mais antigo no País em atividade ininterrupta e constitui-se a única agremiação a manter a sede na zona rural. 
A formação começou a partir das apresentações dos trabalhadores do Engenho Cumbe, nos dias de folga do trabalho. Quando estava organizado, o maracatu recebeu o nome de Cambinda Nova, uma referência ao peixe cambinda comumente consumido na cidade nesse período. Depois passou a se denominar Cambinda Amorosa até que a dona do Engenho Cumbe, conhecida por Dona Rosinha, prestando uma homenagem ao país, sugeriu o nome Cambinda Brasileira, que permaneceu. O trabalhador rural, Severino Lotero, foi o primeiro presidente da agremiação que também foi administrada por João Flausino, João Lauro, João Padre e Zé do Carro, entre outros.  “O Cambinda representa a sobrevivência e a resistência do maracatu rural em Pernambuco. É o símbolo do maracatu rural de Nazaré”, destaca o atual presidente Elex Miguel Adão. 
Para festejar o centenário foi realizado nos dias 13 e 14 deste mês uma programação alusiva com a participação de vários maracatus, a exemplo do Estrela Brilhante, do Águia Dourada e o Leão Formoso, todos de Nazaré, além do coco de Mano de Baé, a Ciranda Flor de Lírio e os Ticuqueiros. Destaque para a inauguração na própria sede do museu Cambinda do Cumbe, que reúne elementos que narram à trajetória do grupo. Marcada, sobretudo por histórias marcantes de pessoas que dedicaram sua vida para manter essa memória e foram responsáveis em repassar a arte, a tradição e a fé para as novas gerações. 
Criado dentro do Cambinda, o mestre Anderson Miguel, 22 anos, tornou-se o mestre mais jovem do folguedo e expressa com orgulho sua contribuição para o centenário. “Cambinda é vida, é amor, é história, é tradição. Sabemos das dificuldades para manter um maracatu como este, mas não podemos deixar essa história morrer. Para isso dependemos muito das pessoas jovens do maracatu”, conta. 
As comemorações seguem durante todo o ano. Para este carnaval o grupo pretende realizar cerca de 20 apresentações em todo o Estado.
Foto: Portal Cultura PE

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