A crise política está pelo meio. As denúncias, também. A CPI da Petrobrás, idem. Por enquanto a festa não acabou. Apenas a luz do governo perde claridade.Dilma Rousseff (PT) não parece tão emotiva quanto o José de Carlos Drummond. Protesta, mas não ama. O partido que antes “zombava dos outros”, chegou ao poder e foi além das traquinagens que os outros partidos cometiam.
O Petrolão tem dimensões maiores que o mensalão, mas não foi essa a sorte que os brasileiros lhe desejaram, Dilma. Os aliados já não a amam mais. Muita gente a quer fora do poder; tanto que organizam uma grande manifestação pelo impeachment. “Se você gemesse”, renunciasse ou “tocasse a valsa vienense”, mesmo assim não adiantaria.Seu governo não morre. Você é dura, Dilma. Chama o Michel Temer e o coloca na articulação política. Ele convoca o alto escalão do PMDB, você une tudo aos ministros do chamado núcleo duro (Aloizio Mercadante -Casa Civil, Miguel Rossetto -Secretaria-Geral, Pepe Vargas -Relações Institucionais, José Eduardo Cardozo -Justiça e Jaques Wagner -Defesa) e discutem os desgastes do momento e as agonias das horas que antecedem o 15 de março.
O clima fica mais tenso com a revelação da lista de políticos que passarão a ser investigados pela Lava Jato. Todos, aliados e contra, preveem uma temporada de derrotas significativas para o governo.E agora, Dilma? Fugir para onde? “Minas não há mais”. Na verdade, Minas até protestou nas ruas. Juntou-se a São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Tudo por causa de seu pronunciamento na TV, no último domingo.
Veja, você está quase só. Só, e “no escuro”. O Congresso não quer aceitar que, para sair-se do “olho do furacão”, você jogue tudo nas costas dele. Essa prática costumeira que atribui a responsabilidade dos fracassos governamentais às crises internacionais, não vai perdurar por muito tempo. Em suma, não haverá “parede nua” para se encostar.Talvez, para descanso de vossa mente, excelência, fosse melhor fugir da realidade por um instante. “Fugir a galope no cavalo preto”. Quem sabe a turbulência não aplacaria?
Papo político (E agora, Dilma?) – Uma alegoria do José de Carlos Drummond de Andrade
Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.
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