Crônica (A sub-fama)

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A cartilha do mercado submete corpos à semelhança das ideias de venda. A tônica amplia-se no Brasil. Na Europa são técnicas antiquadas destorcer nariz, tórax, peitoral e outras partículas do corpo.

O destronamento da “feiúra” em favor da sonhada beleza, se assemelha a uma ópera de notas desafinadas. A peça não termina bem, como nos palcos. Pessoas frustradas acumulam problemas psíquicos, ligeiramente embutidos para não chegar ao conhecimento dos novos candidatos a seres robóticos.

Em caso de morte por cirurgias de silicone, a população toma conhecimento da tragédia. Se vazar o ocorrido a loucura triunfa sobre o bom senso. Há uma nuvem turva para a ética e resplandecente para a banalidade.

Inevitavelmente, predomina o espelhamento entre pessoas de classes e posições diferentes. Se nos guetos há prostituição por necessidade, no mundo da fama a mesma prática é feita por descaramento.

Toda inútil necessidade de mudar o corpo concebe em ofertas sensuais nos meios de comunicação, os sub-famosos cheios de “talento”. Prolifera-se a prostituição, encarada como “profissão”. A mídia alimenta o namoro com a vulgar. A todo momento, esses comportamentos das “famosas” da telinha migram para dentro dos lares. As crianças assistem. Elas querem ser como as “atrizes” e como os “cantores” que fazem sucesso. As características depravadas dos “artistas” são repetidas continuamente, inclusive com ênfase à prática do sexo descompromissado entre menores de idade.

Nas ruas, no trânsito e na escola não há reciprocidade de respeito. O pouco que havia se foi com as antigas aulas de civismo e religião. Entra em cena a lei de sobrevivência e o “cada um por si”, numa via de mão dupla, onde o rescaldo da urbanização brasileira, pariu o modismo de um mundo obsoleto, sem o respaldo da civilidade.

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