A indiferença

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Viralizou nas redes sociais um vídeo, cujo conteúdo expõe a face da indiferença, sentimento tão presente na humanidade. Nele, uma criança se apresenta como se estivesse perdida em duas ocasiões e em ambientes diferentes.
Em ambos, o resultado foi semelhante. Primeiro, ela surge maltrapilha e as pessoas a olham com certo desprezo. Em seguida, aparece bem vestida e algumas pessoas se oferecem para ajudá-la. 
Depois, em um restaurante, a cena se repete. Quando mal vestida, as pessoas procuram afastá-la e na ocasião em que se apresenta limpa e com boas vestes, convidam-na para sentar-se à mesa.
Isso é apenas uma demonstração do quanto a indiferença azeda o amor. Embora essa criança fosse desconhecida de seus interlocutores, a falta de disponibilidade ao outro ficou evidente, simplesmente porque é um comportamento comum à maioria dos seres humanos. São inúmeros os casos em que as pessoas negam atenção a quem está ao lado: parente, amigo, vizinho, desconhecidos. 
Humanidade é sair do discurso para a prática. Não adianta dizer o que se deve fazer para com o outro, enquanto nada se faz de solidário. A atitude de afeto não está em quem teve mais oportunidades de educar-se (ou apenas frequentar boas escolas), mas naquele que enxerga no outro alguém igual, e não menor por ter a cor da pele diferente, ou roupas gastas. Quando se é indiferente às necessidades alheias, impõe-se à pessoa agredida, mesmo que apenas verbalmente, a condição de um ser indistinto, fora do rol da raça humana. O desprezo também gera no agredido feridas ou desastres psicológicos.
É certo que, na maioria das vezes, o agressor nem percebe o mal que pratica. E por que? A indiferença encastela seu receptor numa cegueira moral e espiritual, e este, deixando de cumprir o dever, recorre a justificativas nas quais usa sempre o discurso argumentativo para explicar o porquê de não dar atenção, afago e provisão a quem precisa. Ele julga que a culpa é do ofendido; e assim sai explicando o que ninguém perguntou, prova irrefutável da autoculpa.
Mas isso pode mudar? Sim. Todo povo é capaz de aprender bons princípios, ainda que muita coisa mesquinha esteja arraigada dentro de si.
É importante que cada um encurte espaços com os mais carentes, que se interesse por suas vidas e os encoraje a dar a volta por cima, com delicadeza e sem repressão. 
Quase ninguém tem conseguido viver a experiência do “amor ao próximo como a si mesmo”, talvez por questões internas mal resolvidas e, aí, pratica-se a indiferença, sentimento da linha de frente entre os maiores males da humanidade.

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Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.