Escola com partido (ou a guerra ideológica)

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As universidades brasileiras enfrentam o debate da guerra cultural. Parece mentira, mas o germe ideológico do conservadorismo e do pseudo-esquerdismo tomou corpo, forçando estudantes e professores a digladiarem-se entre si. 
O debate e não o enfrentamento contribui como elemento primordial para a ampliação do horizonte do saber. Mas nada pode ser imposto. De um lado os conservadores reivindicam a aplicação de Nota Técnica, cuja estrutura é o projeto Escola Sem Partido, para impedir que “professores militantes e ativistas” continuem a transformar estudantes em “réplicas ideológicas de si mesmos”, cooptados e usados como massa de manobra a serviço dos interesses de sindicatos, movimentos e partidos. De outro, os professores se defendem da “censura repressora” e se recusam a serem filmados em sala de aula.
Classificar professores como doutrinadores é um acinte. Melhor dizer que apenas os que estão ligados a determinados partidos, tendem a deixar de lado o conteúdo da aula para expor convicções e ideologia do grupo ao qual estão ligados.
Impor o Escola Sem Partido pega muita gente de surpresa e muitos professores podem ser penalizados injustamente mesmo sem pertencer a qualquer partido que seja. Ser coagido dessa forma só aumenta a indignação de quem trabalha para construir o futuro do País sem ter ainda recebido a justa recompensa.
Quanto ao ensino ideológico político-partidário é inegável sua existência. E mais; por cinco décadas foi transmitido por meio de versão única, sem chances para os que pensam de forma diferente. 
Um dos temas que comprova isso é o estudo sobre o regime militar brasileiro demonizado por todos como um período onde só ocorreram coisas negativas. É certo que as torturas e mortes são vergonhosas e todos os brasileiros devem repudiá-las. Mas os professores que sempre pregaram dessa forma e em geral estão ligados a partidos pseudo-esquerdistas, sempre aliviaram para as ditaduras nas américas do Sul e Central, citando-as como verdadeiros paraísos. Negaram a verdade dos fatos e, como fãs obedientes de Che Guevara e Fidel Castro, sempre esconderam, por exemplo, que apenas Che exterminou mais de 600 pessoas. 
Não se trata de saber qual das ditaduras é a melhor. Ambas são vergonhosas e violentas. Trata-se de ensinar a verdade, falar das diversas versões em relação a outros assuntos para que o aluno não saia da escola com uma única vertente da história, o que o transforma em pregador inconsciente do pseudo-esquerdismo apto a replicar os ensinamentos como sendo a coisa mais natural do mundo, ou seja, o professor comum brasileiro que não se desvencilhou disso é um inocente útil que tem repassado aquilo em que lhe fizeram acreditar.
Portanto, esse professor merece respeito. Merece que os agentes conservadores promovam o debate saudável para esclarecer as distorções em sala de aula que não são poucas. 
Ninguém há de negar que corriqueiramente, nas universidades, jovens cristãos são ridicularizados e estigmatizados por expressarem crenças ou convicções religiosas, morais, políticas e partidárias diferentes das dos professores. Isso é crime. Quando se fala em aceitar as diferenças, deve-se, de fato, estabelecer normas para todos e não direitos apenas para quem aprecia e é discípulo do pseudo-esquerdismo. E ninguém há de negar que esse tem sido uma constante nas universidades, privilegiar ideologias esquerdistas e discriminar quem pensa o contrário.
Os projetos de lei federal, estadual ou municipal baseados no anteprojeto do Programa Escola sem Partido não violam a Constituição Federal. No entanto, o mais prudente é evitar o confronto e promover o debate com igualdade para não repetir o erro da hegemonia vigente.
Melhor, ao invés de extirpar determinada vertente política das salas de aula que tal dar espaço a todas as correntes. A Escola com partido é necessária para o crescimento intelectual e formação cidadã, desde que se projete sem infligir inexpressividade aos demais.

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