Brasil, aborto e eleição

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O debate dos candidatos a presidente da República permanece morno. Esperava-se uma proposta macro para virar a página da cultura da corrupção e apontar caminhos para o desenvolvimento econômico sustentável. Nada disso vem sendo discutido.
Ninguém se dispõe a impulsionar de início o desenvolvimento através das reformas política, tributária e previdenciária. Sem essas medidas e sem uma educação de base levada a sério, o País patina no lago da inoperância. 
Os impostos, mais sufocantes do que nos tempos do império, corroem as oportunidades. Sem emprego, muita gente decide atuar como autônomo. Mas será que esses brasileiros conseguem uma renda satisfatória? Vejamos: no início do Plano Real, ter o próprio negócio proporcionava mudança financeira positiva. Nos dez anos seguintes, idem. A partir daí, a probabilidade de êxito vem minguando, com exceção em alguns setores.
Recentemente, uma reportagem amadora mostrou um jovem doando R$ 100,00 (cem reais) a pessoas que estão atuando nas ruas com pequenos negócios. A primeira atitude da maioria delas é pegar o dinheiro e comprar comida. Daí conclui-se que, mesmo trabalhando, muitos brasileiros não têm condições de se alimentar adequadamente.
Esse assunto não está na pauta dos candidatos a presidente. Eles ficam às voltas, com temas de menor importância que a fome. O aborto é um deles. Todos são a favor do aborto ou, se não, ficam em cima do muro para não desagradar a opinião pública.
Óbvio que se trata de um “caso de saúde pública”. Com esse álibi, a maioria dos presidenciáveis tenta esconder o próprio mau-caratismo, no intuito de criar despesa extra com a finalidade de “proteger as mulheres pobres” para que não morram. Eles argumentam que as mulheres ricas têm condições de pagar o aborto em clínicas particulares e, dessa forma, diminuem o risco de morte. Sendo assim, o Estado deve bancar as condições adequadas para as demais.
Ora, tanto quem opta pelo aborto quanto quem sofre um acidente de qualquer natureza, precisa de atendimento de qualidade. A saúde pública deve funcionar bem para todos. Por que ficar alimentando diferenças, ao invés de melhorar o sistema em geral? Já não bastam os direitos extras criados para causar dependência das “minorias” com o governo? Com o apadrinhamento de grupos em separado e a ideia de que o governo lhes está oferecendo um direito pela luta de classe, divide-se ainda mais o País. O pregão eleitoreiro, criado nos governos dos últimos 24 anos, assemelha-se a uma leitoa parideira de votos. 
Aliás, no Brasil predomina cultura de nunca se atacar o problema sistêmico. Só propõem paliativos. Com as soluções incompletas, caímos na mesmice de discutir os problemas de sempre a cada eleição.

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Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.