Fabrício Carpinejar - Sem dono 
(...)
Nossa coerência 
é estar mudando.
A chama desmaiou
e a levamos nos braços. 
Tivemos a coragem
de superar o começo,
não transformar a filiação 
em mapa de guerra,
imitação da treva.
O percurso tem sentido 
quando percorrido.
Do resumo das veredas,
reverdece o sumo 
de ter colhido
o sabor da vertente.
Nossa amizade 
é mais um gole da gaita,
um golpe no tambor.
Nossa amizade 
é estar névoas adiante
do que somos.
Só é mortal 
o que não vimos.
Despeço-me do passado
como um cavalo sem dono. 
Não devo conselhos,
não devo a franqueza
das pausas, 
a serenidade dos escolhos,
não devo a força
de minha fraqueza. 
Mergulho os calcanhares
a empurrar
a barca do ventre 
e circundas o vazio,
os ciclos do som,
conciliado com a verdade, 
pai maduro de minha escolha,
navegando
a paternidade das águas. 
Poema
Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.
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