Contra o feiticeiro

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Ciro Gomes (PDT) nunca esteve tão perto (e tão longe) de conquistar o tão sonhado cargo de presidente da República. Perto porque os órfãos de Lula tendem a aderir à sua pré-candidatura presidencial numa tentativa de evitar Bolsonaro. Longe por causa da língua. Isso mesmo. Ciro alfinetou (e alfineta) muita gente. E colhe agora o que plantou. 
É uma sensação ruim, catastrófica até. Assemelha-se a um aniversariante que poderá não provar o bolo do próprio aniversário e, ao invés disso, ver seu bolo ser enfeitado com cereja especial e levado para ser entregue ao novo dono.
Quando tanto precisa unir as forças de esquerda e de centro, Ciro enfrenta resistências, não só de novos, como de antigos adversários que já foram alvos de ataques do pedetista.
Ciro quer fechar uma coligação que dê preferência a partidos de esquerda, como PSB e PCdoB, sem excluir um acordo com siglas de centro-direita, como DEM e PP. Mas o estilo verborrágico assusta potenciais apoiadores.
Por ser de centro-direita, talvez o MDB não seja uma sigla cobiçada por Ciro (alguém acredita?). Mas mesmo assim o maior expoente do partido hoje, o presidente Michel Temer, foi classificado pelo pedetista de “escroque que usurpou a presidência da República”. 
Hoje ele namora o PSB, mas no passado acusou o falecido Eduardo Campos - morto em 2014 - de controlar a burocracia do partido “como uma capitania hereditária que herdou do avô (Miguel Arraes)”.
Já no DEM, pérola do centrão, alguns caciques estão apavorados com a possibilidade de aliança com Ciro. Quando ministro do governo Lula, o presidenciável chamou ACM Neto, de “tampinha” e “anão moral”. Três anos antes, no entanto, o pedetista havia recebido o aval do PFL (que depois foi batizado de DEM) e de ACM à sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Caso vá ao segundo turno, Ciro espera contar com o apoio irrestrito do PT, e, do ex-presidente Lula, que na opinião dele “cometeu todas as imoralidades”.
Foto: Divulgação

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