A grande hora do Brasil

Sivaldo Venerando

Em qualquer democracia, o papel da justiça é a garantia do equilíbrio. No Brasil não seria diferente, não fosse a demonstração dada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em arbitrar favoravelmente a um réu condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção.
Num tribunal que prima pela lisura, não importa se o réu seja catador ou ex-presidente da República. Mas o STF brasileiro parece ter preferências e pensa, com isso, sepultar de vez a esperança do povo brasileiro em continuar na luta por um país mais justo.
Agora que a população não tem mais a quem recorrer a não ser a si mesma, parece ser a grande hora do Brasil. É a hora de ir para as ruas exigir uma postura coerente dos ministros do Supremo. Pressionados, terão que fazer com que a Lei se cumpra de igual modo para todos, embora sua vontade seja livrar Lula da Silva da cadeia, pisoteando o espírito da Lei, para preservar a própria máscara, em alguns casos. 
Os magistrados temem que a sociedade acorde para tirar das mãos dos legisladores a decisão de distinguir criminosos poderosos de pessoas simples. A própria população assumindo o controle de dois direitos conflitantes: o da presunção de inocência, a Justiça deve, de fato, ser igual para todos. Isso os juízes corruptos temem, mas tem que ser feito.
Foto: contee.org.br