A inflação dos diplomas e a educação contemplativa

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Ken Robinson, palestrante e consultor internacional em educação, questiona o ensino tradicional. Ele coloca a criatividade e o processo de alfabetização no mesmo patamar, num esforço de provar que a escola destrói a capacidade criadora, ou talento das crianças, o que pode ser considerado um desperdício. 
Por outro lado, as escolas inovadoras propõem ao aluno criar por si só. E, partir disso, desenvolver as ideias progressivamente em busca de descobertas originais. Com autonomia intelectual aprendem a pensar e ficam livres da absorção exclusiva do conhecimento do professor, para, a partir dele, replicar o aprendizado pela vida afora com o intuito único de conquistar o próprio sustento. 
Nesse projeto de escola não é apenas o tutor o ser responsável pelo coletivo. Há a transformação social e a possibilidade de tornar o pensamento crítico aflorado. Amplia-se o horizonte do conhecimento empírico, com ordenamento e supervisão do professor a fim de provocar a maturidade do logos. Daí o aluno fica livre da educação contemplativa e apto a modificar, questionar situações.
O modelo escolar dispensa aulas, turmas e provas. Tem-se um roteiro de atividades, oficinas, discussões coletivas e saídas de campo. O tutor apenas avalia se a atividade está correta. Há roteiro de estudo onde se coloca o que se quer aprender, mas a grade pedagógica contém todos os assuntos das áreas do conhecimento. As disciplinas entram nesse processo de acordo com a demanda, sem serem relegadas, e contribuem com a busca pelo formato da aprendizagem. A escola inovadora teNada disso é tão novo. E é possível que as possibilidades de intrigar-se com as coisas, partindo para o campo da criação possa funcionar como um basta à inflação do diploma. Pôr freio na moda de acumular uma pilha de certificados. Mal o sujeito termina o ensino médio e já precisa entrar na graduação que não é nada perante a especialização, que não é nada perante o mestrado, que não é nada perante o doutorado, que não é nada perante o pós-doutorado. Essa inflação pode crescer ainda. Mas a aquisição do saber autônomo deve prevalecer ante os diplomas, permitindo grandes descobertas à humanidade.m uma plataforma de aprendizagem e não de ensino. Nela tem tudo o que se precisa de registro, de orientação, organização. A avaliação é formativa, contínua e sistemática; que é a proposta da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) aplicada de fato.
No futuro (já às portas) conhecimento é a moeda capital. Mas como preparar os profissionais do amanhã? No Brasil, por exemplo, há inépcia dos governos até para disseminar informações corretas. Por isso, essa necessidade de fomentar um novo tipo de aluno, e um novo tipo de professor que permita descobertas além da teoria tradicional e do modismo do diploma. Algo a mais do que competência e saberes. Deve haver a reflexão crítica da prática pedagógica, o saber dialogar, escutar, e o despertamento da curiosidade e da liberdade. Todo esse processo de construção exige profunda perseverança para transformar as dificuldades em um campo de possibilidades.
Quanto às escolas inovadoras, o educador Rubem Alves já havia proposto algo do tipo. Seria um professor: “Que não ensina nada. É um professor de espantos. O objetivo da educação não é ensinar coisas porque as coisas já estão na Internet, estão por todos os lugares, estão nos livros. É ensinar a pensar.” No caso, cabe a esse ser (educando) escalar desafios para chegar a algo original.
Já Ken Robinson em sua teoria propõe também o ensino da arte. Apesar de toda a nobreza dessa atividade, nem todos a têm ao se alcance, nem as condições para que a ela possa devotar-se. No Brasil, especialmente, será necessário reinventar a educação e as artes.

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