O homem moderno está prestes a entrar definitivamente no casulo mental. Não mais percebe o quanto a própria capacidade está acima das invenções. Sucumbe aos projetos tecnológicos e anda distraído, inseguro e sem tempo para viver.
Existe, e só. Passa dias em êxtase com as novidades virtuais que acabam por não dizer nada, por tornar a humanidade mais insensível e em busca de realizações. Para esse personagem a realização precisa vir em pacote, pois ele recusa-se a usar o tempo integral nos afazeres.Por isso, muitos enxergam a vida como um tédio. Preferem deixar-se monitorar por jogos virtuais, conteúdos babacas pelas redes sociais e coisas do gênero. Andam como zumbis. E as crianças e adolescentes? Vivem o frenesi dos jogos e das curiosidades do mundo adulto antecipadas. Andam com a cabeça na lua. Agora, com o recém-lançado jogo Pokémon Go, querem prender, punir e torturar.
Desculpe, leitor, esqueci de lhes apresentar o Pokémon Go. Ele é o monstro de bolso. Parece absolutamente inofensivo e, divertido. Difícil não o seguir. Mas o Pokémon Go prende monstrinhos em casulos chamados pokébolas para colocá-los para brigar com os bichinhos colecionados por outros jogadores.Com a nova tecnologia da realidade aumentada, que consiste na adição de informações digitais ao mundo real, o jogador usa a câmera do smartphone para enxergar os chamados pokémons que se incorporam à imagem do mundo real. Se o jogador apontar sua câmera para o ambiente em que está e houver pokémons por lá, pode visualizá-los no solo, sobre os objetos ou pessoas. E quem estiver no mesmo local, e jogar o mesmo jogo, também verá os mesmos bichinhos. Aí começa a competição para ver quem os captura primeiro. É uma febre entre crianças, adolescentes e... adultos.
Qualquer monstro, ainda que de “brincadeira”, pode ser qualquer coisa, menos inofensivo. Cada tipo de pokémon possui determinados poderes: alguns lançam raios, aquecem, provocam explosões; outros envenenam, usam garras, quebram os ossos; outros leem a mente, hipnotizam, confundem e consumem os sonhos. Estudiosos do ocultismo dizem que os jogadores de Pokémon se envolvem em atividades consideradas profundamente ocultas, caso fossem realizadas na vida real. O pior é que sepulta sonhos e o homem é um ser que não pode viver sem sonhar. Sonhar é tão ou mais necessário quanto comer, respirar, dormir; principalmente os sonhos que se sonham acordados. O jogo também tira a capacidade de criar. Como tudo está pronto, as mentes humanas adaptam-se a esse universo da demência virtual. Isso diminui as chances de termos um elevado número de mentes brilhantes no futuro. Que espécie de ser humano temos hoje? Zumbis? Pessoas que sepultam a própria esperança por um prazer banal? Será que nem mesmo os casos de criança e adolescentes já mortos ao tentar capturar o Pokémon não é o suficiente para fazer a sociedade acordar?
Coluna Voz cultural (Zumbis)
Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.
0 comentários:
Postar um comentário