Na nossa política, o debate de ideias está banido. É a vítima direta da ditadura do partido único. Foi sugado pelos chapões intermináveis que tiveram ensaios anteriores, mas vigoraram realmente nos últimos vinte anos. O mecanismo funciona bem via acordos, coligações e distribuição de cargos entre partidários.
Novos partidos e legisladores são isentos de projetos de comprometimento com o coletivo. Sobra-lhes populismo. Some-se a isso a covardia de antigas raposas agarradas aos populistas. Estruturas gigantes em torno dos donos do poder transformaram pretensos políticos em “atores” medrosos. Bons políticos são raridades, mas quase sem voz. O embate inexiste, as propostas são bem conhecidas. Era como se fosse vergonhoso ficar do lado oposto a quem detém o poder no momento. Legisladores são mais camaleões que defensores da sociedade e, camuflados, pensam mais em seus interesses, enquanto vendem os interesses alheios.Mal se anunciam as eleições e os candidatos ao legislativo com chance de êxito são previsíveis sem grandes erros.
Mesmo nos jornais e outros espaços dedicados ao tema, pairam assuntos predominantemente administrativos, econômicos e uma espécie de “colunismo social”. É tudo que se divulga sobre política. Enquanto alguns passam a ideia da corrupção generalizada, outros tornam-se atores das benfeitorias sem fim. São craques da vida pública, imbatíveis em divulgar feitos e esconder defeitos. O Brasil e o mundo estão pobres de líderes e de referências políticas.
Nossa política (ou o que ainda resta)
Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.
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