Artigo (a incoerência de Cunha)

Comentarios
Ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), falta sensatez e sobra incoerência. Diante das inúmeras denúncias que pessoas ligadas ao governo viam sofrendo antes mesmo dele assumir a presidência da Câmara, o que levou muita gente às ruas pedindo o impeachment de Dilma Rousseff, Cunha ergueu a bandeira da proteção ao governo. Antecipou-se a dizer que arquivaria qualquer solicitação de impedimento à presidente.
Agora, o mesmo Cunha, convoca deputados para atuar em pelo menos sete comissões especiais que causam, no mínimo, constrangimento ao Palácio do Planalto. Na volta do recesso, a Câmara deve discutir, por exemplo, alteração na Constituição para aumentar de 15% para 18,7% da receita corrente líquida, o mínimo a ser aplicado pela União em saúde. Há ainda propostas para diminuir o poder do Executivo, como a comissão que trata da redução do número de ministérios, cujo relator é o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), afilhado político de Cunha. A raiva de Cunha iniciou após a incômoda citação de seu nome entre o que receberam propina do Petrolão. Ora, se o presidente da Câmara nada tem a temer, deve defender a investigação a todos os possíveis envolvidos, incluindo ele próprio.
Não adianta defender o impeachment por questões pessoais. Governança é coisa séria. Se foi Dilma que arrastou o Brasil a esse caos, a obrigação dos poderes constituídos é dar-lhe sustentação, e trégua à guerrilha, para que a presidente possa recuperar a credibilidade, reestruturar o governo e acertar no controle fiscal.
A queda de braço proposta por Cunha faz Dilma sangrar ainda mais. Com isso aumenta o período de recessão e a população sofre os efeitos da crise; desemprego, inflação alta e cortes nos serviços básicos de saúde e educação. Será que isso vale a pena só para alimentar a vingança desvairada de Cunha?

#Compartilhar: Facebook Twitter Google+ Linkedin Technorati Digg

0 comentários:

Postar um comentário

Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.