Futurismo é hoje uma febre. Difícil não querer apostar nas novas descobertas da ciência e da tecnologia, por exemplo. Eis diante dos nossos olhos o otimismo das grandes conquistas.
Seria tudo perfeito, indubitavelmente perfeito, se aliado a isso as pessoas priorizassem sentimentos sinceros. Na família; respeito aos pais, fora dela, respeito à sociedade, sem se deixarem ser engolidos pelo solitarismo da convivência virtual, válida como convivência social, onde as relações são frívolas, hipócritas e secas.Coragem é sinônimo de arbitrariedade, quando alguém se opõe de maneira sincera às chagas sociais da desonestidade, da extinção da família, da infância corrompida, hoje tidas como “normais”.
Por minhas posições contra as corrupções sociais, fui taxado de pessimista. Os acusadores se valem da interpretação do caos que fiz em meu livro Deserto Ardente. Gosto das críticas, apesar dos comentários sobre o livro, serem 98% de elogios. Críticas não as temo. É uma forma madura de tratar as pessoas. Meus críticos confundem pessimismo com independência de pensamento. O primeiro se caracteriza pela certeza de que a vida é tão sem valor, que não vale a pena viver; o segundo pela crua realidade dos fatos.Longe do pessimismo, minha vida e minha proposta para a humanidade são pautadas na boa convivência, no entusiasmo pelo belo, pelas leis da natureza, pelas artes, pelo amor, por Deus, principalmente. Em suma, sou realista e só; não afago vulgaridades.
Albert Camus (1913-1960) desvendou em parte o enigma da vida, ao escrever que “o Cristianismo é pessimista, com relação ao ser humano, e otimista em relação ao destino humano... sou pessimista quanto ao destino humano, mas otimista quanto ao homem”. Fico com Martin Luther King, na esperança de que a “percepção da realidade do declínio humano leve o homem à perspectiva de rendição a Jesus Cristo, fator imprescindível para gerar um impulso profundo e poderoso para as lutas da vida, tanto as pessoais quanto as sociais”.Para sanar os flagelos da humanidade, temos a filosofia e a política como armas. Mal manuseadas, levam o homem ao labirinto obscuro da ignorância.
A política, particularmente, tem o dever de corrigir necessidades urgentes. Não é a solução de todas as coisas, já que os problemas na sociedade, na família, na igreja, sempre vão existir. Governos ditos de “Direita” costumam fazer planos a longo prazo, enquanto os de “Esquerda”, a curto prazo. Um e outro, intercalados, poderiam se completar, não fosse o exagero do entusiasmo pessoal em considerarem-se donos absolutos da verdade.Isso nos deixa como lição a disponibilidade de analisar com responsabilidade passado e presente, para consolidar as bases do futuro, com respeito ao ser humano, à ética e à dignidade.
Os governos deixam mesquinhos legados, ao não educarem o povo para ser grande. Ao contrário disso, constroem enormes estádios e legalizam costumes imorais.Otimismo, para alguns, é evitar falar essas coisas, ou fingir que tudo está normal, enquanto abortos são praticados e crianças são estupradas, e tudo fica sem punição, devido às brechas na lei. Otimismo é aceitar uma família sem ser composta entre homem e mulher, é ter ousadia para roubar os cofres públicos. Sendo assim, aceito a condição de pessimista.
Não quero estar entre os covardes e os conformistas, sem lutar por uma sociedade mais justa. Se isso ofende a alguns, continuarei sendo o calo indesejável. Minha literatura, como qualquer ideário livre, forma a trincheira da dignidade. Tem o recado da esperança, da possível transformação do homem.Sem mágoa nem rancor, mas com sabedoria e amor pela humanidade, serei sempre a voz combativa, a presteza e o defensor da razão, pautados na honestidade intelectual e humana. E, como disse Paulo Francis, “dizem que ofendo as pessoas. É um erro... trato-as como adultas. Quem ofende os outros e aos leitores é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma”.
Algumas explicações
Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.
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