A Odisseia Petista no Poder (O bom mocismo e queda)

Amanhã muitos brasileiros vão às ruas para uma manifestação justa. Além de justo o movimento é legítimo e democrático. Aprovo a manifestação. Grande parte dos brasileiros, também. Os congressistas mais coerentes têm a mesma opinião. A imprensa livre, idem. Até Dilma Rousseff (PT) – a última pessoa a aceitar de bom gosto o protesto – diz aprovar.
Muito bem. Será uma oportunidade de demonstrar insatisfação. Será, também, uma semente futurista, mas não a queda de Dilma como muitos pensam.O impeachment é descabido não por ser desnecessário, mas por falta de provas concretas de impedimento ao ato de governar da presidente. Seria, ainda, um procedimento de sociedade atrasada. O povo precisa é ter clara noção política para a escolha na hora do voto.
O governo quer sair desta crise. O PT torce por isso. E as coisas, na maior parte das vezes, sai como eles querem e desejam. Querem fazer todos acreditarem na “perseguição” das elites – Lula, Dilma e Cia não são da elite? – e de uma suposta direita (enxergada só por petistas) que quer por fim a um governo reformista e feito para todos.A bem da verdade, o PT deseja que os adversários aceitem o papel de direitistas. Com exceção de Aécio Neves (PSDB), os demais tucanos da linha de frente de choque contra o PT, incluindo Fernando Henrique Cardoso e José Serra sempre foram do mesmo ninho ideológico do petismo.
Que elites seriam essas contra o atual governo? Qual a perseguição sofrida por parte da imprensa, se desde a primeira eleição de Lula, um dos ideólogos da “Carta ao povo brasileiro”, lida por Lula e referendada na imprensa foi João Irineu Marinho? Sim, aquela das Organizações Globo, justamente um grupo ao qual os petistas acusam, de fachada, ser perseguidor do partido. Como podemos crer num governo que esconde suas intenções e suborna as ações, jogando as falhas das mesmas em opositores e aliados?