O grande dramaturgo pernambucano Nelson Rodrigues acreditava que o ser humano que tivesse um pouco de autenticidade, poderia considerar-se herói.
Por sua atuação polêmica na imprensa e independência na criação literária, sentia-se um pouco herói. Diagnosticou o homem brasileiro como uma raça capaz e ousada, com forte tendência a ocupar um lugar de destaque no cenário mundial.Não estava completamente errado. Assistindo a realidade atual, ver-se que Nelson foi um futurista. Particularmente creio no dinamismo do homem brasileiro. Mas, ainda não chega a ser a peça da profecia rodrigueana.
Para isso, é preciso abandonar a paixão quase letal pelo imediatismo e aprender com disciplina a implementar projetos de longa duração. Um país só é forte com educação de qualidade. O homem brasileiro terá que desprezar a paralisia anêmica que os últimos governos impuseram de receber “bolsas” sem trabalhar, e aniquilar a síndrome da inoperância.Se o trabalho traz dignidade, receber sem trabalhar é o inverso; melhor, uma desonra. E povo nenhum pode orgulhar-se disso.
Ostentar números econômicos com educação pífia, que premia gestores por destacar-se isoladamente, é enganar-se a si próprio. Na verdade, toda escola carece das mesmas condições das unidades de referência.Como regozijar-se de “boa” educação e saúde, num país onde se paga muito caro e, em alguns casos duas vezes, para não ser bem atendido em nenhuma? Ao invés de jogar “confetes” nos governantes, nossos formadores de opinião deveriam ter um pouco da autenticidade da qual Nelson Rodrigues tanto falava.
Resenha literária (Nelson Rodrigues e a carência de autenticidade)
Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.
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