No Brasil de hoje, o humor sobrevive das piadas falsas e da hipocrisia de alguns, em achar que fazer rir é projetar brincadeiras de mau gosto para humilhar a sensatez, ou exaltar as debilidades físicas de alguém.É incrível, mas real, o insulto à inteligência da nação. Não sei o que pode haver de tão engraçado num “humor” onde indivíduos se arriscam em participações perigosas, sabendo previamente o resultado de tudo. Educativo não é. E, definitivamente, o humor perdeu o rumo.
Embora a televisão seja um veículo perigoso que projeta “as boas coisas da vida”, dizendo que tudo é possível a todos, não dá para conceber o que há de engraçado em rir das próprias desgraças. Já não bastam as comuns do dia a dia?A falta de criatividade levou os produtores de programas de humor à insanidade mental. Só se produz textos repetitivos. Isso projeta gente sem brilho aos holofotes. E aí vale qualquer coisa: baixaria, nudez, banalização da moral. Está faltando originalidade. Bom senso é um antídoto importante para os que desejem se enxergar e deixar o lugar da fama para quem realmente tem talento.Com tanto humorismo de fachada se proliferando, fica difícil dar uma risada convincente em frente à TV hoje em dia.Alguns constroem fatos até criativos com críticas construtivas à corrupção no país. É algo que poderia ser adaptado para outros assuntos. Só que não tem consistência, pois, ao mesmo tempo em que criticam, faltam com respeito às autoridades, e esse desvario não permite à população dar crédito a esses “humoristas”.
A safra de humor atual é muito deficiente. Tanto que chega a deixar abertas diversas lacunas que, com bom senso e inteligência, qualquer hora dessas terão os espaços preenchidos.Quando não se é capaz de produzir algo como Chico Anysio Show, Chico City, Os Trapalhões e a Escolinha do Professor Raimundo, não se deve fazer um Zorra Total, Turma do Didi, A Praça é Nossa, Show do Tom, Pânico na TV ou CQC.
Quem quer fazer humor de verdade é melhor recorrer aos professores: Costinha, José Vasconcelos, Chico Anysio, Jô Soares, Ronald Golias e outros.
Num país em que feiura e torpeza na voz é motivo de piadas sem graça, há muito o que se fazer para resgatar a leveza do humor, com todo seu vigor e, assim, decretar a morte dos remendos mágicos que impõem um humor furado.
Humorismo de fachada
Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.
0 comentários:
Postar um comentário