Onda antipestista eleva Bolsonaro

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O capitão da reserva Jair Messias Bolsonaro (PSL) está prestes a se tornar o próximo presidente da República. Isso, é óbvio, se não houver uma reviravolta e seu adversário, o professor Fernando Haddad (PT), conquistar o mais alto posto do País.
Deixemos de lado os prognósticos incertos e analisemos o que diz o eleitorado. No primeiro turno, quando Bolsonaro deveria atingir, segundo as pesquisas, cerca de 42% dos votos, ele ultrapassou os 46%. Foi um indicativo de que o eleitorado mais conservador e mesmo os que no passado votaram em Lula, Dilma, Serra e Alckmin agora deposita no candidato do PSL a esperança de ver extinta a corrupção e totalmente desfeita (e punida) a quadrilha que se apossou do Estado para saqueá-lo.
É mais uma prova de que nosso eleitorado ainda não aprendeu a lição. Mantém-se o velho costume de votar e lavar as mãos como se não fosse também responsável pelo futuro. E como o presidente da República não é nenhum super-homem, acaba decepcionando a muitos e beneficiando os privilegiados. Na verdade, não importaria muito quem fosse o presidente se a população tivesse participação nas decisões e canal direto com seus congressistas. Mas, pelo contrário, muitos sequer sabem em que deputado ou senador votou, lamentavelmente.
Pelo jeito a maioria quer continuar mesmo crendo no mito do salvador da pátria e sofrendo as consequências. Para isso, vota-se sem analisar racionalmente os efeitos futuros. E são muitas as motivações do voto: ter uma economia capaz de oferecer melhor condição de vida, conservadorismo, protesto, antipetismo e mesmo a vantagem apontadas pelas pesquisas o que estimula a “votar certo”. E votar certo nesse caso é contribuir para a vitória de quem está à frente nas intenções de voto.
Por isso até o voto útil pregado por Geraldo Alckmin, seguiu para Bolsonaro. Às vésperas do segundo turno, os números apontam uma vantagem macro pró candidato do PSL. Enquanto o Datafolha registrou 58% (Bolsonaro) e 42% (Haddad), considerando-se os votos válidos, em seguida o Ibope mostrou 59% a 41%, efeito contrário ao que o candidato do PT previa ao esconder Lula e as cores do partido. Pelo jeito o marketing de Bolsonaro está sendo mais eficiente ao bater sem dó em Lula, coisa inimaginável há poucos meses. Durante 16 anos o receio de atacar o ex-presidente era consenso entre os políticos. Pois bem, agora o antilula, Bolsonaro, ganha musculatura e torna amarga a derrota do petismo que se anuncia. A diferença a favor do candidato do PSL é muito expressiva: são 18% de vantagem. E entre os dias 10 e 15 deste mês tudo ficou estável. Pior, a rejeição a Haddad agora cresceu: 47% dos pesquisados afirmam que não votariam nele em hipótese alguma, enquanto que para Bolsonaro a rejeição caiu para 35%.

Conflitos 
Porém, para infelicidade geral dos brasileiros, o que predomina no guia eleitoral não sãos as propostas e sim os conflitos no campo moral e cultural. Era como se o Brasil não precisasse de uma estrutura econômica consolidada, sustentável. E mais ainda: como se os brasileiros precisassem continuar pagando altos impostos e em contrapartida não ter direito a saúde e educação de qualidade, ao invés de pagar escolas e planos de saúde caso queiram um atendimento melhor.
Sendo assim, daqui a quatro anos o povo terá que ser bombardeado por propostas rasas para a educação, a segurança e a saúde, direitos básicos que parecem inalcançáveis dado o menosprezo dispensado pela classe política a esses assuntos, por serem uma eficaz máquina de votos que ganha exposição, mas nunca pode ser solucionada em definitivo. 
Mas se o embate gira em torno da morte dos costumes é porque a cultura de conservação dos valores foi ferida. Portanto, gerou-se um estado de “superioridade moral”, conforme explicou ao jornal O Estado de São Paulo, o doutor em Filosofia Eduardo Wolf, que compara o grosso do eleitorado de Bolsonaro aos que têm obediência cega ao petismo, pois votam num projeto no qual crêem ser superior. É o antídoto particular petista fazendo efeito contrário para derrotar os próceres do partido de Lula.
Na ideia geral de Wolf, Bolsonaro reedita a moral do PT dos primórdios. E é aí onde reside sua força, em adaptar a estratégia petista do “nós contra eles” para seu eleitorado que “combate o PT com as mesmas armas do inimigo, adaptadas para a guerrilha no meio digital”.

O terror da antidemocracia
Fernando Haddad tenta provar a qualquer custo que Bolsonaro oferece perigo à democracia. Esse terror espalhado tem o intuito de fazer o eleitorado mudar de rumo. O Brasil, como se sabe, é um país democrático e com instituições consolidadas e não uma republiqueta como o PT quis fazer crer. Mas nunca é demais relembrar que o próprio PT, no seu inconformismo por perder o poder, deu algumas investidas contra a democracia; o espancamento de um empresário por parte de Maninho do PT é prova disso.
Também não se pode, como querem os petistas, classificar Bolsonaro como um político de “extrema-direita”. Para Wolf o ex-capitão não oferece “riscos à democracia”. Além do mais não faz sentido acreditar que o País corre o risco de sofrer um novo golpe militar. Na verdade o líder nas pesquisas presidenciais é um conservador que defende o ensino religioso em escolas públicas e tem opiniões firmes sobre a segurança pública e as minorias. Ele se enquadra melhor no papel de nacionalista e conservador religioso.

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