Magistrado comenta a consolidação democrática dos poderes e os benefícios dela para a sociedade

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O combate à corrupção é o primeiro passo para o avanço das instituições democráticas. As atuações do judiciário, principalmente nos últimos tempos, têm garantido o desenvolvimento sólido da democracia brasileira, devido à independência com a qual os magistrados têm atuado, contrariando antigas crenças de que poderosos permaneciam impunes. Com a prisão de grandes figuras do cenário nacional, incluindo políticos e empresários importantes do País, a consolidação da democracia tornou-se evidente, reforçando a autonomia das instituições.
Para que o leitor pudesse entender melhor essas mudanças positivas, conversamos com o Dr. Marcelo Marques Cabral, diretor do foro e da 2ª Vara Cível da Comarca de Carpina. Apesar de bastante atarefado, Dr. Marcelo nos recebeu gentilmente e falou, por exemplo, da necessidade de se ter uma imprensa cada vez mais livre. Pedimos também que nos contasse um pouco sobre sua carreira, a fim de inspirar estudantes que sonham com essa profissão, já que o nosso objetivo com o conteúdo sobre Negócios & Carreira é ajudar esse público na escolha de seu futuro. Natural do Recife, o magistrado falou do início de sua carreira na Comarca de Lajedo, em seguida no município de Brejão como juiz substituto, e depois na condição de titular em Bom Conselho e ainda de sua atuação na Vara Cível da Comarca de Garanhuns. Por fim, comentou a consolidação democrática dos poderes.
Nossa conversa foi subdividida em tópicos. Acompanhe:

Escolha do Direito
“Na época em que prestamos vestibular, gostávamos muito de filosofia e vimos que o Direito tem muito haver com a Filosofia, com História, que são ciências humanas. E eu tinha o perfil muito voltado para esse tipo de estudo.”

Descoberta da magistratura 
“A gente ingressa na faculdade e começa a estudar as matérias e a ter a preocupação com o ramo do Direito que vamos atuar ou com o tipo de carreira profissional que vamos seguir. Começamos a ter uma ideia melhor depois do meio do curso para o final. Assistindo a alguns júris, e estagiando em algumas varas, me identifiquei mais com a figura do magistrado.”

Vocação 
“Algumas carreiras devem ser escolhidas não por atrativos, seja por carga horária - muita gente decide não ser juiz hoje porque a carga de trabalho é alta - ou porque teoricamente teriam um salário alto. Mas só deve seguir uma carreira aquele que se sente vocacionado para a área escolhida. Então, a vocação, antes de tudo, capacita a pessoa durante o exercício da função. Não é fácil ser magistrado, é muito difícil. Na prática só quem passa pelas exigências da vida é quem sabe realmente o quanto é difícil ser magistrado. Tem que se atualizar e estudar bastante, gostar de ler e se manter atualizado. 

Avanço do judiciário 
“Desenvolvemos uma tarefa que hoje é muito visada e sabemos que a magistratura está dando um grande salto, avançando contra a corrupção, contra aquele tipo de justiça que se praticava, aquela justiça de casta, que não prendia os poderosos. Então hoje a magistratura é alvo e é vítima, de certa forma, do estado de corrupção que assolou o Estado brasileiro. E ser juiz é um sacerdócio, mas tem que ir até o fim.”

Consolidação da democracia
“Dentro do nosso regime democrático, nós vivemos também o regime federativo, republicano, e sabemos que numa república tem que separar coisa pública da coisa privada, e isso nem sempre é fácil. Por isso tantas ações de improbidades, tantas pessoas afastadas das funções. Mas temos uma esperança porque eu sempre entendi que a democracia é um regime que oportuniza a convivência dos opostos, dos contrários, e também é um regime plural. E para você viver respeitando o direito do outro é necessário que exista democracia porque nos regimes autocráticos (pode ser autoritarismo ou totalitarismo) sabemos que uma vontade vai ser imposta, ou de um lado ou de outro. Então se hoje nós estamos por cima, amanhã poderemos ser vítimas desse estado. Na verdade a democracia oportuniza que essas falhas venham à tona e sejam mostradas. Temos que ter uma imprensa forte, atuante, que tenha realmente liberdade para mostrar as falhas, e a democracia evoluir. Então não falo com relação ao judiciário, mas eu acho que estamos evoluindo com relação a todos os poderes. Essa questão da corrupção é um caso que apenas agora está sendo realmente combatida e ao mesmo tempo está sendo exposta. A imprensa hoje é mais livre. O desespero é apenas para a pessoa que vive dentro da corrupção, que é um ato falho do ser humano. Se você, por exemplo, vende seu voto por um saco de farinha, está se corrompendo e não pode falar do político. Então na magistratura não é diferente; há bons e maus juízes, graças a Deus os maus são minoria. E com certeza a sociedade pode confiar na democracia. A democracia é que vai dar ensejo ao homem a gritar cada vez mais forte e mais alto.”

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