Artigo (Órfãos de liderança)

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O maior erro de uma nação pode ser a incapacidade de refletir. Sem planejar com cuidado os passos seguintes para sair de uma crise, a tendência é repetir erros passados e mergulhar no labirinto da inapetência, a ponto de acreditar que não há saída possível.
Nossa nação tem este ano a missão de tentar livrar-se da devassidão excessiva imposta pelos artífices da corrupção. Seus rostos estão explícitos nas telas, nos jornais e revistas, para que não os esqueçamos. Não há dificuldade em identificá-los. Portanto, o mais sensato é mandá-los para distante. 
É simples? Seria, se a mídia não estivesse a serviço dos donos do poder. Com a propaganda subliminar, é possível transformar rapidamente vilões em mocinhos. De repente, ações de crescimento econômico, projetos sociais e outras beneficies, aparecem com a marca e carimbo do escolhido pelo sistema. Seja o ungido novo na política ou já testado, será apresentado como defensor de todos os anseios da população: de boa segurança à saúde e emprego, passando pela educação de qualidade, de fazer inveja até aos índices da Coreia do Sul, paraíso que durará até se encerrar a apuração dos votos nas urnas. Toda essa engrenagem é imperceptível à maioria. Mas, se houver consciência disso, o ideal será romper com essa fábrica de ilusões.
Um dia os brasileiros pensaram estar contrariando a cartilha midiática e apostaram no “novo”, cujo maior feito foi ampliar as práticas fraudulentas já então tediosas. E essa aposta, de nome Lula da Silva, teima ser a mesma de hoje: metade por ignorância, metade por má fé. Agora já condenado, tornou-se inelegível. 
Fica difícil acreditar no novo, quando os perfis são de Alckmins, Ciros e Marinas, todos comprometidos com o sistema de sempre. Ah, temos os novíssimos João Dória e Luciano Huck, cujos DNAs provêm dos cartolas do bom e velho MDB, que muito ajudou o País a chegar onde está. Ambos são réplicas de Lula e de Aécio Neves.
Logo, o ideal é ter um candidato diferente! Mas onde encontrá-lo? Foi então que, buuum, surgiu o deputado Jair Bolsonaro. Sem esforço, esse nome ganhou a preferência de boa parte da população, que o apresenta como seu candidato preferido, porque o discurso dissipa as pragas da violência, da corrupção, do anti-patriotismo. 
Primeiro é preciso que se diga que o que fez Bolsonaro ganhar popularidade foi a agenda esquerdista que botou em pauta assuntos que não foram combinados com a população e que a mesma, em sua esmagadora maioria, mostra-se contra, como é o caso da descriminalização da maconha, legalização do aborto, extinção do patriotismo. Esse estupro aos valores morais e éticos, ergueram Bolsonaro na preferência popular. Ele não se autoproclamou sozinho. Seus adversários agora tentam amenizar o prejuízo e gastam muito dinheiro para desconstruir a imagem do deputado; dinheiro cuja origem não se sabe, mas que, depois, como sempre, vai pesar na conta do povo.
Mas Bolsonaro seria mesmo a solução? Por tudo que a história nos confirma, pode ser mais uma decepção. Os propagadores de sua pré-campanha acreditam que ele é o salvador da pátria e já bancam os gastos com adesivos, camisetas e outdoor. Talvez pensem estar tomando uma atitude autônoma ao descredenciar o apelo da mídia e afirmar “queremos um candidato apontado por nós mesmos”. Isso seria ideal, se a escolha fosse de um nome probo, de alguém que não pensa na carreira política e tem capacidade administrativa comprovada, no caso, um desses empresários bem-sucedidos, que têm compromisso com o desenvolvimento do Brasil. Mas Bolsonaro não é sequer um reformista. Tomou gosto pela política partidária, cujos excessos dão nojo, a ponto de ocupar seu sétimo mandato na Câmara Federal. Para completar, coloca os filhos no mesmo ramo. Pensaria ele que a solução para o País estaria ligada à escolha de sua família para ocupar todos os cargos importantes possíveis? Não seria muita petulância? Se a política é um “mar de lama” como deve estar ciente, por que enfiar os filhos nisso? Não é um bom sinal. Pode ser preocupante, mas é a notícia isenta de paixões políticas que temos a dar aos órfãos de liderança.

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Sivaldo Venerando. Tecnologia do Blogger.